Conferência Livre Nacional
“Infâncias Protagonistas: políticas educacionais para crianças e jovens imigrantes, refugiados e apátridas”
No último sábado, dia 24 de fevereiro, 127 pessoas se reuniram para discutir e construir propostas de políticas educacionais para crianças e jovens migrantes, refugiados e apátridas.
A partir das pré-propostas apresentadas pela Comissão Organizadora, as pessoas participantes fizeram suas contribuições, alterações ou sugeriram novas propostas nos diferentes Grupos de Trabalho (GTs). Ao todo foram 5 GTs, as equipes de mediação contaram com as seguintes pessoas: Fernanda Paraguassu (UFRJ-Plataforma MiRe); Maria Walburga (UFSCar); Maria Catarina Zanini (UFSM); Leila Baptaglin (UFRR); e Roberto Yamato (Cátedra Sérgio Vieira de Mello da PUC-Rio); Já a equipe de relatoria foi composta por: Ivone Marins (UnB); Stella Braga Pesset (IMDH); Alan Matheus (IMDH); Silvia Katherine Pacheco (UFAM); e Ana Carolina Castro (UnB). As propostas foram consolidadas em colaboração com duas pessoas da ACNUR, Camila Breitenvieser e Eliana Moreno.
As 30 propostas consolidadas estão disponíveis na seção abaixo.
Ademais, dos GTs sairam 15 candidaturas para eleição. Destes, 13 migrantes/refugiados/apátridas (86.67%), 9 mulheres (60%) e 9 negros/pardos/indígenas (60%). Após duas votações, uma classificatória e outra de desempate, o resultado foi o seguinte: 3 delegadas eleitas (1º Patricia Adorno; 2º Merlina Saudade; e 3º Nilza Laice); e 7 suplentes (4º Rocio Shuña; 5º Euligio Warao; 6º Lis Carolina; 7º Norberto Warao; 8º Rafael Gonzalez; 9º Charles Jean; 10º Lucia Carolina), que nos representarão na 2ª COMIGRAR, em Foz do Iguaçu.
Foram muitos os aprendizados, discussões estimulantes e conexões significativas, reforçando a certeza de que em união podemos moldar um presente e um futuro educativo promissor e inclusivo para as crianças e jovens imigrantes, refugiadas e apátridas no Brasil!
Acesse o regimento da conferência aqui.
Acompanhe os registros do evento no nosso perfil do Instagram: @infanciasprotagonistas.
Propostas Consolidadas
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1. Criar, em parceria com os Estados, o Distrito Federal, os municípios, as universidades e a sociedade civil programas/cursos de capacitação dos profissionais que atuam nas escolas e de mediadores culturais com foco no acolhimento e na matrícula de crianças e jovens migrantes, refugiados e apátridas, especialmente em relação à legislação vigente que garante esse direito.
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2. Demandar ao Ministério da Educação a criação de uma plataforma de boas práticas pedagógicas para facilitar a operacionalização de processos de acolhimento e integração, com materiais didáticos interculturais de acesso público.
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3. Aperfeiçoar os programas/sistemas de cadastramento de estudantes migrantes, refugiados e apátridas das Secretarias de Educação, com a inclusão de sua nacionalidade e de seus responsáveis, ainda que na ausência de Cadastro de Pessoa Física (CPF), Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) ou Registro Nacional Migratório (RNM).
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4. Encaminhar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) a sugestão de inserção de campo, no censo escolar, que permita levantar as matrículas de migrantes/refugiados/apátridas, considerando a língua materna destes, que impactarão a condução de políticas públicas brasileiras em diferentes áreas, especialmente em educação.
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5. Criar uma Política Nacional de Educação de Migrantes, Refugiados e Apátridas nos moldes da Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva inclusiva e da educação intercultural, que favoreça o acolhimento, a socialização e o direito à aprendizagem, incluindo a atuação de mediadores culturais e/ou tradutores, além de pessoal docente que domine a língua materna da criança e do adolescente, e que contemple demandas específicas, tais como de crianças e adolescentes indígenas e africanos, considerando ainda a criação de escolas indígenas específicas para migrantes e refugiados, com profissionais indígenas migrantes e refugiados.